66º Passeio Setembro 2006



"À DESCOBERTA DO MOINHO DAS BOISIAS, Antas "

24 de Setembro 2006

O Outono chegou acompanhado das primeiras chuvas. Apesar das condições climatéricas, no último domingo de Setembro, cerca de sessenta caminheiros dos Pimpões, audazes como sempre, após o estio das férias de Verão (que este ano foram interrompidas, a nove de Agosto, com uma brilhante caminhada nocturna, em homenagem à Lua Cheia), fizeram-se à estrada por alguns lugares que delimitam as freguesias de Carvalhal Benfeito, Alvorninha e Salir de Matos.
O ponto de encontro e o início do percurso teve lugar na Associação Cultural, Desportiva e Recreativa das Antas (de Cima), em festa, visto que no próximo mês de Outubro celebra o seu 25º aniversário.
Percorrendo alguns metros em estrada asfaltada, o grupo dirigiu-se em direcção às Antas (de Baixo), com passagem obrigatória, agora já em terra batida, pelo antigo fontanário público, protegido de vistas pelos matos e carrascos, mas cujo espaço envolvente se encontra em recuperação.
Percorrendo caminhos antigos e tradicionais, serpenteando por entre pomares de macieiras e pereiras, com deliciosos cachos de fruta capazes de serem degustados, que exalam mil cheiros e convivem de forma harmoniosa, o grupo seguiu em direcção à Quinta do Bravo (segundo a tradição popular outrora, nesta quinta, terá residido um Clérigo estrangeiro que, pela sua valentia/bravura ou por não ser entendido na sua língua materna, ficou conhecido por Padre Bravo, dando o nome a este sítio).
Um dos grandes objectivos deste passeio era chegar ao moinho de madeira, no lugar das Boisias (Zambujal), um dos exemplares já raros na paisagem portuguesa e alvo de grande interesse para os amantes da Molinologia e do Património. Mais uma vez aqui a moagem surge na paisagem com um papel de destaque na economia tradicional e como testemunho do engenho do Homem no aperfeiçoamento das técnicas de utilização das energias renováveis.
Da complexidade técnica do moinho, fazem parte peças essenciais e complicadas como a entrosga, o carreto, os fuselos, a segurelha ou o cadelo, o que dificulta a compreensão do seu funcionamento por grande parte da população.
Segundo dados oficiais, em 1960 ainda havia cerca de 5.000 moinhos de rodízio em Portugal e, em 1968, cerca de 3.000 moinhos de vento e 5.000 moinhos de água, também conhecidos por azenhas.
Terminada a visita ao moinho, os pedestrianistas puderam recuperar as forças saboreando a deliciosa fruta da região acompanhada de algumas garrafas de água, a fim de prosseguirem a caminhada em direcção ao lugar das Trabalhias e de regresso ao ponto de partida.
Pelo fim da manhã, ficou concluído o 67º passeio pedestre. Esta marcha guiada, circular como as anteriores e acessível a todos as idades, com grau de dificuldade médio, teve a duração de duas horas e quinze minutos, numa extensão de cerca de dez quilómetros.
À direcção da Associação Cultural, Desportiva e Recreativa das Antas, principalmente ao Marco Henriques, um dos principais promotores e dinamizadores deste passeio, almoço e convívio, deixamos expressos os nossos agradecimentos.

Se deseja caminhar connosco, junte-se ao grupo no próximo passeio que se realizará aos Capuchos, no Concelho de Alcobaça. Este evento terá o seu ponto de encontro às nove horas, no último domingo de Outubro, em frente à sede dos Pimpões ou à Casa da Cultura de S. Martinho do Porto.
Andar a pé é o exercício perfeito para a saúde


Texto – Manuel Correia
Fotos – Ana Sousa Santos e Jorge Melo

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