88º Passeio Outubro 2008
Arco da Memória – Casal do Rei VIDAIS
26 de Outubro de 2008
dos Vidais ao Arco da Memória
Os Vidais é uma das freguesias rurais, cujo orago é Nossa Senhora da Piedade, que está incluída no Concelho das Caldas da Rainha desde 1836.
Outrora, terá pertencido aos Coutos dos Monges Cistercienses, de Alcobaça e, mais tarde, partilhada pelos concelhos de Óbidos e Alvorninha (1835).
O investigador Luís Nuno Rodrigues, na obra “Terra de Águas”, refere os Vidais como um dos locais, na Idade Média (séc. XIII-XIV), onde existia uma Albergaria administrada por uma confraria muito antiga que servia de abrigo a viandantes ou peregrinos e que fora, posteriormente, anexada à ermida do Espírito Santo (em Caldas). Em 1887 já existia um alambique de fabricação de aguardente.
Algumas antiguidades arqueológicas terão sido identificadas na zona, possivelmente associadas à existência de várias Quintas, tais como a de Valverde, de Casevel, da Saúde e dos Bogalhos. A Quinta de Valverde constituída por uma residência com dois pisos e um terreno agrícola com 22 hectares, fora a moradia dos Morgados de Valverde, desde a segunda metade do século XVII.
Do património cultural edificado destaca-se, para além do Arco da Memória, a Igreja Paroquial da época do Rei D. Manuel I, a Ermida de Nossa senhora dos Remédios e as capelas dos Mosteiros, Rabaceira e Crastos.
O Arco da Memória, segundo a lenda, imortaliza uma das passagens da História Portuguesa. Este é um dos monumentos mais curiosos da Região, sendo, no entanto, pouco conhecido.
Conta-se que D. Afonso Henriques, na sua campanha de conquista a Santarém, subiu a uma colina de onde conseguiu ver as muralhas do castelo que se propunha conquistar aos Mouros. Virando-se para Frei Bernardo, que o seguia, prometeu dar aos Monges de Cister as terras que se avistavam até ao mar, se conseguisse desalojar os mouros do castelo de Santarém. E assim foi cumprida a promessa, dando origem aos Coutos de Alcobaça, dos quais fez parte o local onde existe o monumento, hoje pertença da freguesia de Vidais.
Inicialmente, o monumento não era mais que uma estátua em homenagem ao monarca conquistador. Mais tarde, foi construído o arco que suportou a estátua. Em 1912 a fúria republicana destruiu o monumento. Apenas em 1981, com o contributo da população, foi feita a reconstrução do Arco, embora sem a estátua, que fora levada para Leiria. Ao longo dos últimos anos muitas foram as vozes que se levantaram no sentido de ser devolvida à sua localização original.
Há um episódio interessante que não queremos deixar de referir. “Conta-se que um habitante local, com receio que destruíssem a estátua, a enterrou e participou o caso às autoridades de Caldas da Rainha. Mais tarde, foram dadas instruções a esse morador que a transportasse para a sede do Concelho, o que aconteceu num carro de bois. Curiosamente, o mesmo, ao ser interceptado no caminho pela GNR, foi multado por se deslocar sentado em cima da estátua, sendo considerado um acto de falta de respeito a um símbolo nacional.”
O “Fricassé”, as “Misturadas com Sardinhas”, os “Magustos com Bacalhau”, o “Bolo de Ferradura” e o “Pão-de-Ló” fazem as delícias da gastronomia local.
Entre as principais actividades económicas destacam-se: a vinicultura, a fruticultura, a pecuária, a avicultura, a suinicultura, a produção de energia eléctrica, a extracção e transformação de madeira, a indústria de mobiliário e fornos de cal.
Partindo da Associação Recreativa, Cultural e Desportiva do Casal do Rei, num percurso circular, como habitualmente os Pimpões costumam organizar em parceria com a Casa da Cultura José Bento da Silva, de S. Martinho do Porto, nos limites entre os Concelhos de Rio Maior e Caldas da Rainha, foram atravessados os lugares de Casal do Rei, Casais da Memória, Casal do Brejo, Casais da Rabaceira e Casal dos Grilos, por muitos caminheiros que pela primeira vez tiveram a oportunidade de conhecer estes belos sítios e lugares.
Ao Presidente da Junta de Freguesia dos Vidais, Sr. César Paulo Tempero e à Direcção da Associação Recreativa, Cultural e Desportiva do Casal do Rei, pela sua disponibilidade em ajudar a organizar este passeio pedestre e almoço, manifestamos os nossos agradecimentos.
Se gosta de se levantar cedo, contactar com a natureza e conviver com pessoas simpáticas e bem dispostas, venha juntar-se ao grupo no próximo passeio pedestre que se realizará em Pataias e que se intitula “da cal ao cimento”.
Este evento terá o seu ponto de encontro às nove horas, no último domingo de Novembro, em frente à Casa de Cultura de S. Martinho do Porto ou na sede dos Pimpões.
Texto – Manuel Correia
Fotos – Jorge Melo, Sandra Costa, Ricardo Oliveira, Jose Manuel Serrenho ... e mais certamente nas próximas caminhadas .
26 de Outubro de 2008
dos Vidais ao Arco da Memória
Os Vidais é uma das freguesias rurais, cujo orago é Nossa Senhora da Piedade, que está incluída no Concelho das Caldas da Rainha desde 1836.
Outrora, terá pertencido aos Coutos dos Monges Cistercienses, de Alcobaça e, mais tarde, partilhada pelos concelhos de Óbidos e Alvorninha (1835).
O investigador Luís Nuno Rodrigues, na obra “Terra de Águas”, refere os Vidais como um dos locais, na Idade Média (séc. XIII-XIV), onde existia uma Albergaria administrada por uma confraria muito antiga que servia de abrigo a viandantes ou peregrinos e que fora, posteriormente, anexada à ermida do Espírito Santo (em Caldas). Em 1887 já existia um alambique de fabricação de aguardente.
Algumas antiguidades arqueológicas terão sido identificadas na zona, possivelmente associadas à existência de várias Quintas, tais como a de Valverde, de Casevel, da Saúde e dos Bogalhos. A Quinta de Valverde constituída por uma residência com dois pisos e um terreno agrícola com 22 hectares, fora a moradia dos Morgados de Valverde, desde a segunda metade do século XVII.
Do património cultural edificado destaca-se, para além do Arco da Memória, a Igreja Paroquial da época do Rei D. Manuel I, a Ermida de Nossa senhora dos Remédios e as capelas dos Mosteiros, Rabaceira e Crastos.
O Arco da Memória, segundo a lenda, imortaliza uma das passagens da História Portuguesa. Este é um dos monumentos mais curiosos da Região, sendo, no entanto, pouco conhecido.
Conta-se que D. Afonso Henriques, na sua campanha de conquista a Santarém, subiu a uma colina de onde conseguiu ver as muralhas do castelo que se propunha conquistar aos Mouros. Virando-se para Frei Bernardo, que o seguia, prometeu dar aos Monges de Cister as terras que se avistavam até ao mar, se conseguisse desalojar os mouros do castelo de Santarém. E assim foi cumprida a promessa, dando origem aos Coutos de Alcobaça, dos quais fez parte o local onde existe o monumento, hoje pertença da freguesia de Vidais.
Inicialmente, o monumento não era mais que uma estátua em homenagem ao monarca conquistador. Mais tarde, foi construído o arco que suportou a estátua. Em 1912 a fúria republicana destruiu o monumento. Apenas em 1981, com o contributo da população, foi feita a reconstrução do Arco, embora sem a estátua, que fora levada para Leiria. Ao longo dos últimos anos muitas foram as vozes que se levantaram no sentido de ser devolvida à sua localização original.
Há um episódio interessante que não queremos deixar de referir. “Conta-se que um habitante local, com receio que destruíssem a estátua, a enterrou e participou o caso às autoridades de Caldas da Rainha. Mais tarde, foram dadas instruções a esse morador que a transportasse para a sede do Concelho, o que aconteceu num carro de bois. Curiosamente, o mesmo, ao ser interceptado no caminho pela GNR, foi multado por se deslocar sentado em cima da estátua, sendo considerado um acto de falta de respeito a um símbolo nacional.”
O “Fricassé”, as “Misturadas com Sardinhas”, os “Magustos com Bacalhau”, o “Bolo de Ferradura” e o “Pão-de-Ló” fazem as delícias da gastronomia local.
Entre as principais actividades económicas destacam-se: a vinicultura, a fruticultura, a pecuária, a avicultura, a suinicultura, a produção de energia eléctrica, a extracção e transformação de madeira, a indústria de mobiliário e fornos de cal.
Partindo da Associação Recreativa, Cultural e Desportiva do Casal do Rei, num percurso circular, como habitualmente os Pimpões costumam organizar em parceria com a Casa da Cultura José Bento da Silva, de S. Martinho do Porto, nos limites entre os Concelhos de Rio Maior e Caldas da Rainha, foram atravessados os lugares de Casal do Rei, Casais da Memória, Casal do Brejo, Casais da Rabaceira e Casal dos Grilos, por muitos caminheiros que pela primeira vez tiveram a oportunidade de conhecer estes belos sítios e lugares.
Ao Presidente da Junta de Freguesia dos Vidais, Sr. César Paulo Tempero e à Direcção da Associação Recreativa, Cultural e Desportiva do Casal do Rei, pela sua disponibilidade em ajudar a organizar este passeio pedestre e almoço, manifestamos os nossos agradecimentos.
Se gosta de se levantar cedo, contactar com a natureza e conviver com pessoas simpáticas e bem dispostas, venha juntar-se ao grupo no próximo passeio pedestre que se realizará em Pataias e que se intitula “da cal ao cimento”.
Este evento terá o seu ponto de encontro às nove horas, no último domingo de Novembro, em frente à Casa de Cultura de S. Martinho do Porto ou na sede dos Pimpões.
Texto – Manuel Correia
Fotos – Jorge Melo, Sandra Costa, Ricardo Oliveira, Jose Manuel Serrenho ... e mais certamente nas próximas caminhadas .
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