53º Passeio Julho 2005



"OS ROMANOS NO BÁRRIO”

No início, algum retraimento, um Bom dia!, tímido, quase sussurrado … É a primeira vez que venho, foi um amigo que me falou, não sei como funciona …gosto muito de andar! É sempre assim! No último Domingo de cada mês aparece sempre gente nova para participar no habitual passeio dos Caminheiros dos Pimpões. Desta vez o destino era o Bárrio, freguesia do concelho de Alcobaça, constituída em 1933 por desanexação da vizinha Cela, com provável origem numa granja do Mosteiro de Alcobaça. O passeio havia sido preparado pela Casa da Cultura de S. Martinho do Porto, com a colaboração, apoio e empenho da Junta de Freguesia e da União Recreativa do Bárrio. Mais de meia centena de caminheiros ouviram as boas vindas do Presidente da Junta de Freguesia, fizeram uma visita, rápida, às excelentes instalações da União Recreativa, deram uma “espreitadela” ao Museu Monográfico de Parreitas ( a merecida visita ficará para outra ocasião) e iniciaram uma caminhada num percurso de altos e baixos, agradável, por vezes a proporcionar algumas bagas de suor mais palpáveis e mais salgadas, perfeitamente ao alcance de todos os participantes. Refira-se, a propósito, a participação de um grupo de caminheiros da Cela, organizados e contagiados pelo “vírus”, e já com quatro percursos em carteira para, quem sabe, um futuro com intercâmbio tripartido. Como que a sensibilizar para o que viria a seguir, no início foi “mirada” a recuperação de uma casa senhorial, levada a cabo por um casal de holandeses, “olhadela” que serviu de aperitivo para as aprazíveis várzeas do Valado, com o Atlântico lá bem ao fundo, na Nazaré, ele que também já por aqui andou em tempos idos. Os olhos espraiam-se pelas várzeas, espreitam a Pederneira e o Sítio, não vêem a Praia mas imaginam-na, por vezes desviam-se para não ver algumas coisas que a natureza do homem por ali “plantou” e não pertencem à paisagem e, de repente, surge um pequeno planalto, com uma vista linda, algumas oliveiras e uma ruínas romanas, diz-nos quem sabe, denominadas de Parreitas. O local foi referenciado nos finais do Séc. XIX por Vieira Natividade e foi ocupado pelos Romanos durante os Séculos I a IV, tendo, anteriormente, tido ocupação de outros povos. As pedras foram utilizadas pelas populações locais na construção das suas habitações e o que chegou aos nossos dias foram as ruínas, que têm vindo a ser escavadas e estudadas sob a direcção do Professor Pedro Barbosa. O Museu Monográfico de Parreitas, referido no início, é o prolongamento natural do estudo e do trabalho aqui realizado. Lição de história ouvida, bem ou mal apreendida, pouco importa, segue-se o caminho, roubando amoras às silvas, e que deliciosas são elas por estas bandas. O escriba não resistiu e comeu muitas … O Bárrio está num alto, os caminheiros desceram muito, agora há que subir … e bem! Já não deve haver amoras ou o suor não as deixa ver. Com calma, o passo adequado a cada um, lá se vai empinando, uns com mais facilidade, outros com mais esforço, todos com muita vontade, apesar de ninguém saber que a recompensa espera no final da subida. A União Recreativa do Bárrio brindou-nos com melão, maçãs e água fresca, mimos que, àquela hora, “caíram que nem ginjas”. As maçãs eram óptimas, a água estava fresquíssima mas, desculpem lá, o melão era divinal. Parece-me que comi três talhadas ( ou teriam sido quatro?), sumarentas, docinhas, e dadas com mais prazer do que aquele que eu tive a comê-las.

Bem hajam, gentes do Bárrio! Em Agosto, vamos de férias. Voltaremos no último Domingo de Setembro. Até lá … caminhem, pela vossa saúde.

Orlando Sousa Santos 31.07.2005

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