Julho 2004




“DA COLINA DE S. MARTINHO AO VALE DO PARAÍSO”

No passado dia 25 de Julho, sob o efeito do Sol de Verão, quase sempre amenizado, nesta Região Oeste pelo nevoeiro matinal e brisa oceânica, os caminheiros dos Pimpões lá partiram à aventura mais uma vez para o Concelho de Alcobaça, realizando assim o 42º passeio pedestre, deste vez em parceria com a Casa da Cultura José Bento da Silva, de S. Martinho do Porto, tendo a orientação ficado a cargo do seu Presidente Sr. Cipriano Simão. O percurso com cerca de oito quilómetros, com uma duração média de duas horas e trinta minutos e grau de dificuldade fácil, circular como os anteriores, deu assim a oportunidade a que um grupo formado por cerca de quarenta e cinco pessoas pudesse usufruir de lindíssimas paisagens, em excelente companhia, e manter a boa forma física, (o caminhar está na moda... tal como o testemunham dezenas de pessoas que se deslocam diariamente no passeio da nova estrada que liga Caldas da Rainha à Foz do Arelho, local inicialmente destinado ao cicloturismo). Partindo da Casa da Cultura (onde se pode visitar actualmente uma exposição colectiva de artesanato e pintura da autoria de Pedro Santos e Cláudia Santos), prosseguiu-se pelas ruas e becos que levam ao outeiro, entre casas antigas que poderão contar a história da Vila e das suas gentes, passando pelo depósito de água, verdadeiro monumento nacional a preservar, ruas do Norte e Vinha do Senhor, o grupo lá foi caminhando em direcção às estradas e carreiros dos brejos, pela quinta de S. Martinho que ocupa parte da área da antiga Quinta dos Casais, até ao Vale do Paraíso, voltando depois pelo Casal do Sol Posto, até ao ponto de partida. Sobre o passado da Quinta dos Casais não nos foi possível ter acesso a documentos que nos possam contar a sua evolução histórica e importância agrícola para a região. No entanto sabemos, através de alguns vestígios arqueológicos encontrados nos anos 70 (1970) quando se procedia à abertura de uma vala profunda para a construção de um tanque de retenção de águas, no local denominado “ Corte Funda”, que importantes dados arqueológicos poderão ser encontrados, visto que foi desenterrado a cerca de 4 ou 5 metros de profundidade uma peça de madeira em forma de “V” que veio a ser identificada como tendo sido parte do cavername de um navio de tipo normando, provavelmente do século XII, que nos poderá remeter para a existência da Lagoa de Alfeizerão e da sua actividade náutica. Os terrenos da Quinta, quase ao nível das águas do mar, estariam habitualmente inundados se não fosse a obra hidráulica aqui instalada, constituída por valados e bombas de água. Nas valas e charca, além dos lindíssimos nenúfares (exemplares já raros na nossa região), habita uma rica fauna aquática, aves, peixes e batráquios, além da lontra (espécie muito discreto e quase nunca avistado). Pomares de pomóideas e prunóideas, além da pecuária, estão implantados nestas produtivas várzeas. No pinhal do Arraial, o chefe do Agrupamento nº 909 do Corpo Nacional de Escutas, de Alfeizerão, constituído por cerca de oitenta elementos, fez-nos uma visita guiada ao acampamento, montado na sua globalidade pelos escutas, em que as mesas e cadeiras eram apenas constituídas por paus entrelaçados e unidos por cordas, onde realçamos a seguinte curiosidade relacionada com a utilização do apito, para a concretização de determinadas tarefas e ocupações: “ 1 apito, chamada de guias; 2 apitos, chamada para as refeições; 3 apitos, chamada geral; 4 apitos, recolher / alvoraça”.

Se pretender divertir-se connosco num ambiente natural e saudável e participar no próximo passeio à Foz do Arelho e Nadadouro, no último domingo de Setembro (em Agosto vai haver uma interrupção para férias), compareça às nove horas em frente aos Pimpões.

Texto – Manuel Correia Fotos - Ana Sousa Santos e Jorge Melo

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